quinta-feira, 25 de novembro de 2010

gosto mesmo de você

o rapaz do cajado árabe me visita toda noite. as vezes eu sinto o seu abraço me apertando até que eu começo a sorrir. me encolho e fico menor. sinto sua respiração tão perto e sincronizo com a minha. seus dentes arranham meu pescoço e gargalhadas simultâneas ditam o ritmo. palavras de duplo sentido e piadas sem nexo. os olhos dilatados se encontram em tom de ressaca.

eu o criei e não quero matá-lo.

talvez ele esteja materializado por aí.
talvez me sinta também.
não sei, a curiosidade e a vontade perduram ainda e eu quase desisto.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

realidade ou desejo incerto.

estou de volta a janela.
olhando lá pra fora tudo continua intacto.
aqui dentro, já não mais.
os olhares mudaram, a tristeza continua.
a intenção tímida de pecar contra a própria espera.
a mesma música não para de tocar.
o rosto continua enrubecido e ainda quero ir embora.
peregrinos solitários.
parados ficam.
sem resposta permanecem.
just, don´t leave.
don´t leave.
but i´m just killing time.
.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

enquanto eu ouvia 'enjoy the silencee'

inexistente. ela sabia apenas um codinome ou pseudônimo inexistente. nada contra o fato, a menos que o quisesse encontrar. se fazia necessário saber um pouco mais.
inexistente. existiu sempre em seus sonhos melodramáticos. em suas tardes outonais. nas sobras dos abraços. nos beijos vazios de uma noite embriagada. no fundo da xícara de cappucino. na pupila dilatada.
inexistente ele existiu. inexistente ela insistiu. inexistente assina comentários de datas recentes. emite protocolos. faz presença em ambientes.
ouve música.
pula.
para!
e não pensa nela.
a existente.
.