sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Setim da Estrela Matutina

Angélica, sentada na varanda com as bonecas de cabelos anelados.
Seu fiel escudeiro, chacal ruivo de um olho azul e outro verde, velando a pequeña señorita.
Ahh Angélica, chovia lá fora e você nem viu. Distraída com seu comercial de margarina num furgão.
Ahh Angélica, a lúdica imaculada de dedos compridos, procurando a sapatilha preta.
Venha almoçar Angélica!


Ela arrumou as bonecas em uma sacola e passou seu desodorante. Angélica odiava usar batom.
Tinha medo dos olhares masculinos procurando o trançado de suas pernas.
Mas que merda, não existe mais o simbolismo?
OSSANHA TRAIDOR!
Ahh Angélica, what´s up in your pillow? He knows your secrets...
Das fotos preto e branco que Angélica postava, tudo se perdeu, foi deixado de lado.
O rapaz do cajado árabe repelia e se deixava levar pelos amigos.


Bela Angélica Imaculada em seu mundo cor de rosa!
O inferno de dois anos! Uma bagagem cultural! Uma personalidade reflexiva e Angélica explode em traços curvos e coloridos, embriagados pelo fel que escorreu depois dos dias de sol.


Maldito árabe!
Eu te matei e matei Angélica também e matei a camisola amarela também e matei a aborígine também e ví o último suspiro do Tigre.
Adeus Angélica, a vida começa a ficar um pouco menos densa sem seus sonhos monocoloridos e suas verdades absolutas.

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